A época do ano já não é mais propícia para observar e/ou fotografar a Via Láctea, mas há alguns dias voltei a tentar fotografar a nossa galáxia.
Acontece que em 7 de novembro, ao cair da noite, a Lua nova e Vênus apareciam justo sobre o centro da Via Láctea. Olhei no Stellarium e... legal! Vai dar uma bela foto, incomum! Só que não... acabou na intenção, ficou na tentativa frustrada.
Ao usar uma exposição maior, 8s, para captar a luz da Via Láctea, a luminosidade da fina lua nova inundou toda a foto. Repetiu-se, de certa maneira, o ocorrido há mais de 50 anos, quando tentei fotografar o famoso eclipse total do sol de 1966 - lembram?... contei a história na postagem de 12 de novembro.
Poderia ter sido uma foto interessante se eu soubesse como captar a tênue luminosidade da galáxia, sem que a luz dos menos de 6% de lua alagasse tudo. Além da lua nova, transformada em um pequeno sol brilhante, aparece Vênus e várias constelações, como Sagitário e Escorpião (só a cauda), entre as quais se veria o centro da galáxia, mas... não se vê!
Estiveram presentes também os inimigos da Astrofotografia: as nuvens, que no caso não atrapalharam, até ajudaram a compor a foto, a obstrução visual do céu – construções, árvores – e, o principal, a poluição luminosa, aqui reforçada agora por um poderoso holofote, em um edifício próximo em final de construção, que ilumina as paredes da minha casa.
No planetário virtual Stellarium se vê assim; o mais proeminente é Vênus e não a Lua nova como na minha foto.