domingo, 21 de novembro de 2021

A foto que ficou na tentativa

A época do ano já não é mais propícia para observar e/ou fotografar a Via Láctea, mas há alguns dias voltei a tentar fotografar a nossa galáxia.

Acontece que em 7 de novembro, ao cair da noite, a Lua nova e Vênus apareciam justo sobre o centro da Via Láctea. Olhei no Stellarium e... legal! Vai dar uma bela foto, incomum! Só que não... acabou na intenção, ficou na tentativa frustrada.
Ao usar uma exposição maior, 8s, para captar a luz da Via Láctea, a luminosidade da fina lua nova inundou toda a foto. Repetiu-se, de certa maneira, o ocorrido há mais de 50 anos, quando tentei fotografar o famoso eclipse total do sol de 1966 - lembram?... contei a história na postagem de 12 de novembro.

Poderia ter sido uma foto interessante se eu soubesse como captar a tênue luminosidade da galáxia, sem que a luz dos menos de 6% de lua alagasse tudo. Além da lua nova, transformada em um pequeno sol brilhante, aparece Vênus e várias constelações, como Sagitário e Escorpião (só a cauda), entre as quais se veria o centro da galáxia, mas... não se vê!

Estiveram presentes também os inimigos da Astrofotografia: as nuvens, que no caso não atrapalharam, até ajudaram a compor a foto, a obstrução visual do céu – construções, árvores – e, o principal, a poluição luminosa, aqui reforçada agora por um poderoso holofote, em um edifício próximo em final de construção, que ilumina as paredes da minha casa.


No planetário virtual Stellarium se vê assim; o mais proeminente é Vênus e não a Lua nova como na minha foto.


Tentativa frustrada, mas vou aprendendo... kkkk

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Via Láctea – do centro da galáxia até o Cruzeiro do Sul



A Via Láctea sobre a nossa casa

A Via Láctea em todo o seu esplendor, desde o centro da galáxia, no alto, até a região das constelações Cruzeiro do Sul, Musca e Carina, junto à árvore.




Imagem resultante do empilhamento no Deep Sky Stacker (DSS) das últimas doze fotos da série de 540 usada para fazer o vídeo time-lapse da publicação de 7 de novembro.
Após o processamento, sobrepôs-se um recorte da quina da casa e dos galhos de árvore com sua luminosidade original.
Fiquei em dúvida sobre qual versão prefiro. É a mesma imagem do céu.

Essa foto, cobrindo a Via Láctea desde as constelações Sagitário e Escorpião até o Cruzeiro do Sul, é como uma "soma" de duas anteriores – a de março, postada em 30 de outubro, e a de 12 de junho, um dia antes dessa, postada em 4 de novembro. A foto de março registra a porção da Via Láctea que se estende das constelações Sagitário e Escorpião, onde está seu centro, até Circinus e o Triângulo Austral e a outra, daí até o Cruzeiro do Sul e Carina.

Para a determinação dos parâmetros astrométricos, através do serviço propiciado pelo site Astrometry.net, a imagem foi recortada, sem alteração de escala, para eliminar os elementos terrestres – casa, árvores; não foi possível determinar na imagem completa.

Calibration

Center (RA, Dec):(256.212, -49.560)
Center (RA, hms):17h 04m 50.910s
Center (Dec, dms):-49° 33' 35.881"
Size:93.7 x 62.1 deg
Radius:56.210 deg
Pixel scale:85.7 arcsec/pixel
Orientation:Up is 352 degrees E of N
Os arquivos com os dados astrométricos, assim como diferentes opções de visualização, análise e comparação da foto estão disponíveis em

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

12 de novembro de 1966 – Eclipse Total do Sol

12 de novembro de 1966 foi uma data histórica. Ocorreu aqui um evento que só se repete no mesmo lugar com intervalo de séculos – um eclipse total do sol.

Eu havia acabado de comprar minha primeira câmera, máquina fotográfica como era comum se chamar na época, e fui em uma excursão da faculdade, que eu tinha concluído no ano anterior e da qual havia me tornado Auxiliar de Ensino, à praia do Cassino, para observar o eclipse e o lançamento de mais de uma dezena de foguetes pela NASA.

Naquela oportunidade tirei minhas primeiras fotos, ou melhor, "slides" – fotos em filme positivo que podiam ser projetadas – e uma delas teria sido minha primeira astrofotografia, ainda que eu não conhecesse o termo e talvez até nem existisse. Só que, infelizmente, não!!! O que era pra ser a foto do ápice do evento saiu apenas como um disco brilhante sobre um fundo escuro, azul arroxeado – a luminosidade da coroa foi suficiente para clarear na foto todo o disco solar, que estava totalmente escurecido no momento do eclipse.

Não tive sucesso nessa minha primeira "astrofotografia", mas fiz várias fotos documentando o evento na praia do Cassino.

Há cinco anos, em 2016, para comemorar meus 50 anos de fotografia, publiquei no meu perfil do Facebook um resumo de como vivenciei o evento do eclipse solar total
e um álbum com algumas das fotos tiradas.


domingo, 7 de novembro de 2021

Via Láctea no Fim do Outono (Junho)


Essa época, meados de junho, é ótima para se observar a Via Láctea – em uma área sem obstáculos e com céu escuro é possível ver o arco completo, de horizonte a horizonte. Infelizmente não é o caso, mas tem-se aqui uma bela vista da Via Láctea "passando" sobre a casa. Surgindo à esquerda e subindo até o topo, está o centro da galáxia, entre as constelações de Sagitário e Escorpião, e no centro, descendo em direção ao limoeiro, aparece o Cruzeiro do Sul e o Saco de Carvão. O tempo real dessa "passagem" é de três horas.

Vídeo time-lapse 4K criado no Corel VideoStudio com 540 fotos tiradas com uma Nikon D5100 com lente Tokina 11-16mm @11mm, f/2,8, ISO 1270, exposição de 15s, em formato RAW, processadas no Adobe Lightroom. As fotos foram batidas em 13/06/2021 das 20:45:00 às 23:44:56 com duração de 15s cada e intervalo de 5s entre elas. O vídeo é em 30fps e cada foto é um frame; assim cada segundo do vídeo corresponde a 600s em tempo real, ou seja, a velocidade do vídeo é 600x a real.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Via Láctea Sul

Imagem resultante do "empilhamento" no Sequator de 291 fotos com exposição de 20s cada, totalizando um tempo de exposição integrado de 1h 37m 00s.

A imagem foi calibrada através de um serviço web de astrometria. Os dados completos podem ser obtidos em https://nova.astrometry.net/user_images/5304959#annotated.

Calibration

Center (RA, Dec):(193.755, -57.075)
Center (RA, hms):12h 55m 01.238s
Center (Dec, dms):-57° 04' 31.181"
Size:73.9 x 49 deg
Radius:44.318 deg
Pixel scale:86.6 arcsec/pixel
Orientation:Up is 32.8 degrees E of N


A imagem full size com as constelações identificadas pode ser vista aqui e com a grade de coordenadas equatoriais, aqui.

Também é possível ver a imagem sobreposta, com transparência ajustável, no WorldWide Telescope da American Astronomical Society.

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Rastros de Estrelas (Star Trails)

Os rastros de estrelas em uma foto resultam do seu movimento aparente, causado pela rotação terrestre, em torno de um ponto imaginário onde o eixo da Terra "fura" o céu - o polo celeste.