sexta-feira, 24 de março de 2023

Via Láctea - Região de Sagitário II

A Via Láctea é uma galáxia espiral com quatro braços principais e um braço menor, ensanduichado entre dois dos principais. O Sistema Solar situa-se nesse braço menor, em uma posição intermediária entre a borda e o centro do disco galáctico. Assim, ao olhar-se em direção ao centro da galáxia, pode-se ver objetos integrantes de diferentes braços e cujas distâncias de nós diferem em milhares de anos-luz, embora visualmente possam parecer próximos entre si.


A Nebulosa da Lagoa, objeto da postagem anterior e aqui vista no extremo direito da foto, é um componente do Braço de Sagitário e dista de nós cerca de 5000 anos-luz. Já o Aglomerado da Borboleta, na parte de baixo da imagem à esquerda, é um aglomerado aberto de estrelas a cerca de "apenas" 1600 anos-luz de distância, integrante do Braço de Órion ou Braço Local, o mesmo que abriga o nosso Sistema Solar e a maioria das estrelas visíveis a olho nu. A estrela Alnasl ou Gamma 2 Sagittarii, na confluência das linhas verdes na imagem, está a menos de 100 anos-luz, enquanto as demais estrelas proeminentes ao redor estão a distâncias que vão de algumas centenas a mais de mil anos-luz, e os dois aglomerados globulares no entorno, identificados na foto como NGC 6522 e NGC 6528, fazem parte do bojo da galáxia e estão a mais de 20000 anos-luz.

Dados astrométricos da imagem e recursos para sua visualização interativa no Google Earth sky view e no WorldWide Telescope podem ser acessados em

domingo, 12 de março de 2023

Nebulosa da Lagoa e Nebulosa Trífida


A Nebulosa da Lagoa e a Nebulosa Trífida são dois grandes componentes do Braço de Sagitário da Via Láctea.

A imagem ao lado enquadrando as duas nebulosas é um recorte 100%, ou seja, sem ampliação nem redução, da publicada na postagem anterior.

A Nebulosa da Lagoa é uma estrutura complexa (NGC 6523), composta por um núcleo de formação de estrelas, um aglomerado aberto de estrelas (NGC 6530) e outros objetos.

A Nebulosa Trífida é  formada por uma nebulosa de emissão, com um aglomerado de estrelas jovens no centro, circundada por uma nebulosa de reflexão. Seu aspecto característico de deve à presença também de uma nebulosa escura em sua estrutura.

Além das duas nebulosas, vê-se alguns aglomerados estelares, como NGC 6531, NGC 6544 e NGC 6546, algumas estrelas da Constelação de Sagitário (4 Sgr, 5 Sgr, 7 Sgr e 9 Sgr) e vários outros corpos celestes.

Como de hábito, os dados astrométricos da imagem e recursos adicionais de visualização podem ser acessados em: https://nova.astrometry.net/user_images/7327169#annotated

terça-feira, 7 de março de 2023

Via Láctea – Região de Sagitário



A imagem ao lado foi feita no fim de setembro de 2021, início da primavera, quando a região central da Via Láctea, na Constelação de Sagitário, está no início da noite, aqui no sul do Rio Grande do Sul, quase diretamente sobre nossas cabeças.



Essa é uma região com muitos aglomerados de estrelas e nebulosas. Destaque aqui para a Nebulosa da Lagoa e a Nebulosa Trífida, à direita na imagem. À esquerda, parte da região mais brilhante da Via Láctea.


Metadados das fotos e condições do local onde foram tiradas

Câmera: Nikon D5100 original (não modificada)
Lente:     Tamron 18-400mm f/3.5-6.3 Di II VC HLD
Distância focal: 135mm (equivalente a 200mm (202,5) em 35mm/"full frame")
Campo de visão (FOV): Horizontal: 9,9°; Vertical: 6,6°; Diagonal: 11,9° 
Abertura:  f/5,6
Tempo de exposição: 2,5s
ISO: 3200
Balanço de branco: Luz solar direta
Resolução nativa:  4928 x 3264 (relação de aspecto 3:2)
Formato: NEF (raw)
Quantidade de fotos: 25
Data e hora: 26/09/2021; 19:30 – 19:31 (UTC+3)
Local de observação: Pelotas, RS   31° 45' S; 52° 20,5' W
Coordenadas horizontais do centro da imagem: Azimute: 282°; Altura: 70°
Nível de escuridão do céu: Bortle 7


Integração (empilhamento, "stacking") e processamento das fotos

Deep Sky Stacker (DSS) v. 4.2.6 (software de uso livre, gratuito)
  • Método: Mediana Corte Kappa-Sigma (Median Kappa-Sigma Clipping)
  • Parâmetros:  Kappa = 2; Iterações = 5; Aproveitamento das fotos: 80%
  • Tempo integrado ou exposição total: 50s  (20 fotos (80% do total) @2,5s)

  • Adobe Lightroom 6  v. 6.7
  • Processamento da imagem TIFF resultante da integração
  • Conversão para JPEG


  • Para obter a imagem final foram usadas 20 fotos (integração com 80% de aproveitamento) de uma sequência de apenas 25, com um tempo de exposição de cada foto de somente 2,5s. Sem dispositivo de rastreio e usando lentes com distâncias focais grandes (>100mm), o tempo de exposição máximo e o número de fotos em uma única sequência ficam bastante limitados; quanto mais distante do polo celeste estiver o objeto fotografado maior será a limitação.


    A imagem foi calibrada astrometricamente usando o serviço online gratuito oferecido pelo site Astrometry.net (
    https://nova.astrometry.net/).

    Imagem anotada

    Os dados astrométricos da imagem podem ser obtidos em:
    https://nova.astrometry.net/user_images/7326851#annotated