sábado, 25 de dezembro de 2021

Feliz Natal!



Estrela de Belém

Nessa época sempre ressurgem as teorias relativas à bíblica Estrela de Belém, Estrela de Natal ou Estrela-Guia, que teria guiado os Reis Magos até o local do nascimento de Jesus. Das várias teorias surgidas ao longo dos séculos, todas sem comprovação, uma das que ainda persiste é a de uma conjunção planetária, defendida por Johannes Kepler em 1614 e que, com diferentes variações, tem seguidores até hoje. 

Em dezembro do ano passado ocorreu uma conjunção de Júpiter e Saturno, a qual a mídia se referiu como a grande conjunção, chamando a atenção para o evento astronômico e também para as teorias sobre a Estrela de Belém. Embora essas conjunções não sejam tão raras, ocorrendo a cada 20 anos aproximadamente, uma com tal perfeição de alinhamento não acontecia há séculos. Daí a sua singularidade, ainda que vá se repetir daqui a "apenas" 60 anos. No dia de maior proximidade, ou seja, de melhor alinhamento, 21 de dezembro de 2020, a distância visual entre eles era de apenas 0,1°.

O pensamento predominante hoje é de que a estrela bíblica não corresponde a nenhum evento astronômico, mas a ocorrência da Grande Conjunção de Júpiter e Saturno às vésperas do Natal de 2020 foi, sem dúvida, um grande apelo, sugestivo e inspirador, à nossa imaginação e ao debate sobre a Estrela de Belém.

Na ocasião publiquei essa foto do evento, feita com uma teleobjetiva de 600 mm no dia 22/12/2020, no meu perfil do Facebook; este blog ainda não existia. Nela vê-se Saturno e um pouco acima Júpiter e as quatro luas de Galileu – de baixo para cima, Ganimedes, Io, Calisto e Europa. Clique sobre a foto para acessá-la em tamanho grande.


sábado, 4 de dezembro de 2021

Ainda a Via Láctea - última postagem do ano sobre...

Como já dito em uma postagem anterior, a época já não é mais propícia à observação/fotografia da nossa galáxia e, dada a grande quantidade de fotos tiradas no dia 13 de junho, cobrindo um período de três horas, resolvi, para completar o trabalho com a Via Láctea neste ano, empilhar um outro grupo de fotos. Como já fiz uma imagem com as fotos do fim da série e as do início produziriam, por causa da semelhança de horários, uma imagem parecida àquela do dia anterior, a opção óbvia foi por um grupo de fotos do meio da série.

As fotos selecionadas foram integradas (empilhadas), resultando, após o processamento e a edição, a imagem abaixo. 

A calibração da imagem foi feita, como nas outras, através do serviço do site Astrometry.net e os seus dados astrométricos estão disponíveis em

https://nova.astrometry.net/user_images/5374640#annotated


A Via Láctea sobre Pelotas, RS, em meados de junho, ao longo da noite






Um pouco antes das 8 da noite
(Foto de 12 de junho, publicada originalmente aqui no blog em 04/11/21)












Em torno das 22hs
(Foto de 13 de junho, publicada nesta postagem)












Cerca da meia-noite
(Foto de 13 de junho, postada originalmente em 19/11/21)









Imagens da Via Láctea ao longo da noite aqui em Pelotas, no fim do outono, quando se olha para o Sul. Infelizmente, por causa da elevada poluição luminosa, nada ou quase nada disso se vê a olho nu. O céu de Pelotas é classificado como classe 7 na Escala de Bortle – o máximo é 9! E quanto mais alto, pior. A luminosidade do céu daqui no zênite é de 3340 μcd/m2, sendo que 3170 μcd/mprovêm da iluminação artificial, ou seja, 95% é poluição luminosa.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Além da Via Láctea

Como publiquei na minha página do Facebook sobre Astrofotografia, já ao fazer a primeira foto da Via Láctea percebi as enormes limitações do meu "observatório" para fotos de campo amplo e resolvi aventurar-me também em um outro ramo da astrofotografia: a de céu profundo. Nessa modalidade se usam lentes com distâncias focais maiores, consequentemente com campos de visão mais estreitos, para fotografar objetos ou grupos de objetos específicos; escolhendo objetos em posições elevadas sobre o horizonte, pode-se contornar tanto o problema dos obstáculos visuais como o da poluição luminosa, pois essa diminui do horizonte para o azimute.

Naquela época do ano – Outono – a Grande Nebulosa de Carina e alguns aglomerados estelares próximos estavam bem altos no céu antes da meia-noite; uma condição muito favorável para seu registro fotográfico.

Essas são minhas primeiras fotos de céu profundo. Feitas em março e abril de 2021, foram originalmente postadas e usadas como foto da capa no meu perfil do Facebook.

Tanto numa como noutra, vê-se, à esquerda, o aglomerado aberto de estrelas (open cluster) NGC 3532, conhecido como Poço dos Desejos, Almofada de Alfinetes e outras denominações populares, e, à direita, a Grande Nebulosa de Carina, catalogada como NGC 3372.

Para tirar as fotos foi usada, em ambos os casos, uma Nikon D5100 e uma lente superzoom Tamron 18-400mm ajustada a 135mm. A imagem da esquerda foi obtida pelo empilhamento de apenas 4 fotos tiradas com abertura f/5,6, ISO 3200 e 2,5s de exposição; a da direita, pelo empilhamento de 100 fotos, com as mesmas abertura e ISO e exposição de 4s. O software usado no empilhamento das primeiras foi o Sequator, com a opção "Combinar 4 pixels" (Merge 4 pixels) ativada, o que aumenta a sensibilidade, mas reduz a resolução a um quarto. Para as outras foi usado o DeepSkyStacker, sem fusão de pixels. Essa diferença de processamento resultou em imagens com resolução diferente. Ambas foram recortadas, sem alteração de escala (ampliação ou redução), para enquadramento do objetivo.